A informação como extensão do corpo
A informação como extensão do corpo
Quando pensamos em “realidade virtual”, imediatamente
relacionamos a tecnologia, as máquinas que conectam corpos humanos a espaços de
interatividade eletrônica, jogos, dança, relacionamento, etc. mas sempre penso
no oposto como alguma versão de ficção científica ainda não compreendida pela
raça humana.
Faço-me a pergunta:
“E se, na verdade, a realidade virtual for a própria vida
humana. Momento em que a consciência habita um corpo e pode viver uma história,
escolhida por ela mesma com o intuito de autodesenvolvimento?”
Nenhuma novidade há nesta ideia já que alguns “loucos”
crentes em vida extraterrestre levam a sério possibilidades como esta, entre
outras como passeios através das dimensões.
O corpo humano como máquina biológica, capaz de absorver e
decodificar informações, processá-las e alimentar a renovação de uma
consciência, desenvolvendo sentimentos, concepções de mundo, sentimentos,
religiosidade, singularidade.
Não vou defender teses científicas sobre esta possibilidade,
não tenho gabarito para tal. Creio que a própria ciência já vem se encarregando
de promover conhecimentos descobertos ainda em 2003, com as pesquisas ligadas
ao Projeto Genoma, nas quais informações valiosas sobre a relação do corpo
humano (células, cérebro, coração) foram divulgadas e pouco debatidas nas
comunidades acadêmicas e opinião pública.
Há um movimento em curso no qual o tratamento da
“consciência humana” vem sendo revisitado de todas as formas imagináveis. Cito
aqui também os movimentos da tecnologia da informação que busca compreender os
mecanismos de funcionamento da consciência humana.
Mas vou simplificar minha contribuição começando com algumas
das impressões que tenho sobre o quão importante é este raciocínio para a
mudança de paradigma quanto ao modo como Analistas de Sistemas olham a
informação de maneira distanciada dos efeitos que promovem no corpo humano e na
própria mente humana.
A informação é como um comando para o corpo e para as
células, isto é sabido por meio de algumas pesquisas da psicologia e
psicanálise, mesmo o Facebook é um dos gigantes que já conhecem a verdade sobre
os efeitos que as redes sociais têm sobre o psicológico e o comportamental dos
usuários.
Ainda não sabemos até que ponto pode ser criminoso
interferir no fluxo de informações de um indivíduo. Ainda não sabemos o quanto
pode ser desastroso interromper a corrente de comunicação de uma pessoa. Ou
melhor, sabemos, mas não nos sensibilizamos quanto às consequências disso.
Quando pensamos em Sociedade da Informação e do
Conhecimento, geralmente pensamentos em benefícios ou malefícios coletivos.
Esquecemos de observar o potencial positivo e negativo que esta mudança social
pode fazer em um corpo humano, penso em corpo humano aqui como um ente que
emana informações, tal como uma das antenas de transmissão de dados em meio a
grande sistema de telecomunicações.
O que pode acontecer a uma consciência desconectada? O que
pode acontecer a um corpo que absorve os dados de outro corpo conectado à grande
rede? Que tipo de doenças psíquicas e físicas pode acometer um corpo exposto a
estes tipos de violações. Às veze, penso que tenho esta resposta mas prefiro
pedir ajuda, gostaria que especialistas no assunto contribuíssem respondendo a
estas questões.
Uma consciência roubada pode ser um grande caos para o resto
da rede. A confusão mental numa rede neural pode ser causada por comandos
inadequados inseridos de forma criminosa em meio ao ecossistema.
Um corpo sem consciência ou com a consciência sendo sugada
por outro é como uma fêmea sendo ameaçada de perder seu filhote. Creio que seja
causa de grande caos não apenas individual mas coletivo.
Sendo assim, a pergunta é simples: até que ponto somos
capazes de proteger e respeitar este ecossistema que estamos descobrindo e cada
vez mais avançando sobre o domínio da consciência humana?
A informação é uma extensão do corpo humano, já faz muito
tempo, desde o momento em que aprendemos as tecnologias mais básicas tais como
a escrita, para exercitar nossas memórias.
Portanto, qual nossa maturidade para respeitar o ecossistema
de consciências que estamos para desvendar?
A resposta: ainda não pensamos nisso, queremos apenas ser os
donos e os comandantes de tudo!