Caçadores de Anjos - Capítulo 4: O Brasão Vermelho





O esquema de trabalho de Dan Antony

A Guerra Fria já estava nos escombros mas alguns esquemas de geração de verbas ainda eram mantidos por partidos ligados ao Comunismo na Rússia.

Assim também eram passadas verbas para partidos de esquerda no mundo inteiro. Parte dos planos e incumbência de Dan Antony era mapear "oportunidades" de verbas para os políticos ligados à sua "falange".

Um dos esquemas que era executado no mundo todo chamava-se "Justiça sem Lei" - Um esquema de Informação privilegiada que envolvia tribunais de Justiça do Trabalho. Eles ficavam sabendo de antemão as causas e os reclamantes, geralmente apontavam como réus grandes instituições públicas com verba praticamente garantida no ganho das causas.

O esquema era monstro. Envolvia centenas de etapas e podia demorar anos para ser concluído.  Começava com tráfico de influência dentro dos tribunais até que um prestador de serviços ou funcionário infiltrado passava para a "falange" a lista com os processos e os valores das causas.

Em seguida, eram investigados detalhadamente quem eram os envolvidos para saber os pontos fracos e as brechas para a captura da vítima. O mais assustador é que nunca havia efetivamente um delito. 

Geralmente, Dan Antony forjava encontros, coincidências, paixões casuais e tórridas com prejuízos consideráveis.

No caso das instituições públicas, que eram as responsáveis por pagar as causas, tinham uma rede de contatos programada para dar andamento aos processos trabalhistas da forma previsivelmente esperada.

Os advogados e os coordenadores envolvidos no esquema e nos partidos beneficiados tinham total controle da situação e dos resultados. 



O tribunal era uma encenação com roteiro pré-definido junto aos juízes. Advogados literalmente se prostituíam para conseguir uma conversa de gabinete com Juízes a fim de definir o melhor roteiro para a audiência.
Este esquema durava há décadas em países latino-americanos liderados por partidos de esquerda obcecados pelo poder.

Nada nunca fora averiguado, até porque, a polícia e os juízes tratavam tudo a toque de caixa em seus assuntos "fatiados". A criminologia foi esmagada em mil pedaços por meio dos processos burocráticos com a precária tecnologia de geração de boletins de ocorrência, arquivos de processos - uma deliciosa brecha para os estelionatários na forja de provas e mil e trezentos tipos de crimes contra a verdade. 

A justiça era cega pois vivia na pré-história da gestão de dados!

E quando, num desses casos encontravam a vítima perfeita. Ou seja, boa verba e bom DNA, a "falange" encaminhava o "pacote completo"para os serviços de Dan Antony. Ele não era empregado de nenhuma empresa. Sempre tinha jobs em serviços ligados à arte, comunicação e direção de peças de teatro e, em alguns desses, era patrocinado por empresas públicas.

O próximo passo era então mapear os costumes e os vícios da vítima, ele arquitetava um plano de captura. Foi num desses esquemas grotescos que Dan Antony mirou Amanda Fox. Uma jovem de 29 anos que estava meio encrencada num cargo de Assistente numa instituição pública. Infelizmente a encrenca era assédio sexual por parte da chefia de Amanda, a qual ela não sabia como responder diante das represálias e dos ataques sutis.

Amanda era parente distante da família real britânica. Evidentemente que jamais saberia deste fato pois os exames de DNA que os Russos faziam podiam detectar até sua próxima encarnação se fosse necessário.

Enfim, um "anjo" à vista, pensou Dan Antony. A mocinha era dedicada aos estudos e ao trabalho e não tinha mais que meia dúzia de amantes medíocres, e estes não seriam obstáculo para a abordagem inicial. Amanda, também morava sozinho em mini-apê nas redondezas do Centro da cidade. 

Presa fácil sem maldades e pouca experiência, ele poderia tirar-lhe até a alma - talvez ela jamais percebesse seus verdadeiros objetivos. E Dan Antony chamou esta missão de "Brasão Vermelho" - um souvenir há muito tempo esperado.


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